quarta-feira, 28 de novembro de 2012
CHARLEE 1972
Nascido na Itália, Rossi sempre teve a música em sua volta. Sua mãe era uma cigana de Nápoles que cantava nas horas vagas. Seu pai era carpinteiro e tocava violão. Foi justamente esse instrumento que o jovem Rossi namorava na infância, não vendo a hora de finalmente colocar as mãos sobre aquelas cordas. A família logo se mudou para o Canadá, onde o jovem garoto poderia ter mais oportunidades do que na Itália do pós-guerra.
Aos 15 anos de idade, Rossi descobriu que a guitarra poderia mostrar sons e nuances nunca antes imaginadas por ele. O jeito era descolar umas aulas, o que não adiantou muita coisa já que aprendia muito mais tocando sozinho no seu quarto e ouvindo Elvis Presley, Little Richard, The Ventures e Duane Eddy no rádio. A paixão rapidamente se tornou obsessão e a guitarra se tornou a maior companheira de Rossi, principalmente quando perdeu a mãe prematuramente, ainda na época de colégio.
Não demorou muito para que o garoto fosse rumo à parte mais barra pesada de Montreal só para fazer um som nos clubes de R&B, ao lado de bandas como os Soulmates. Nessas gigs ele conheceu um baterista malucão, negro, gordo e com um som de batera ao mesmo tempo pesado e swingado. Seu nome era Buddy Miles.
Essa amizade foi crucial para o ingresso de Rossi no mundo da música. Uma bela tarde Miles recebeu uma ligação de New York, era Wilson Pickett escalando-o para sua banda. No meio da conversa, o homem comenta estar precisando também de um guitarrista. Sem titubear, o batera colocou Rossi na parada. Depois de uma audição no Massey Hall, em Toronto, ele foi efetivado como guitarrista da banda de Wilson Pickett. Para um jovem guitarrista italiano de 18 anos, excursionar pela América em pleno “Summer Of Love” (1967), tocando para platéias de 20 mil pessoas em média e dividindo o palco com Otis Redding e Sam & Dave era um verdadeiro sonho.
Apesar do entrosamento com o grupo (o guitarrista era o único membro branco do combo de Pickett) e da amizade com Miles, Rossi resolveu abandonar tudo em 1968. Seu pai havia adoecido bastante no Canadá, e ele era o único membro da família no continente americano (seus irmãos tinham retornado para a Itália). O jeito era voltar pra casa.
Nesse período formou em Montreal o Influence, que chegou a gravar um álbum no Bell Studios em New York. O maior mérito da banda foi passar dois meses abrindo shows dos Doors e do Steppenwolf. O som era bem humorado, na linha dos Mothers de Zappa.
Com a melhora da saúde de seu pai, voltou à Grande Maçã em 1970 para integrar o Buddy Miles Express que trazia também o baixista Billy Cox. No estúdio, Rossi gravou com eles a música “Them Changes”. Hendrix formou então a Band of Gypsys com Miles e Cox e naqueles históricos concertos do Fillmore East recriaram uma versão esmagadora de “Them Changes”. Rossi acompanhou todos os preparativos do show, ficando amigo de Hendrix e até fazendo algumas jams com ele.
Abalado com a morte de Hendrix, mas ao mesmo tempo contaminado pela febre dos trios de hard, Rossi resolveu montar um power trio em 1971, nos moldes do Cream e do próprio Band Of Gypsies, o Charlee. A banda logo descolou um contrato com a RCA canadense, que em 1972 colocou na praça o disco simplesmente chamado Charlee.
Em apenas oito faixas, Walter Rossi (guitarras, vocais), Jack Geisinger (baixo) e Mike Driscol (bateria) esbanjam classe. O timbre de guitarra conseguido pelo guitarrista nesse álbum é algo a ser estudado. Basta reparar quando ele entra com a guitarra na faixa de abertura, a instrumental “Wizzard”, uma espécie de blues intergaláctico, uma pequena obra-prima.
A segunda faixa, a hendrixiana “Lord Knows I’ve Won” ficou por quatro semanas no topo da parada australiana. “A Way To Die” com seus quase sete minutos, pode ser considerada um achado. Bela e sensivelmente melódica a guitarra e a voz de Rossi surpreendem nesse tema, que teve a participação especial de Prakash John no baixo (que depois integraria as bandas de Lou Reed e Alice Cooper). Ouvindo essa música a inevitável questão volta à mente: como uma banda desse nível pode ter ficado só no primeiro disco?
Outros destaques do álbum são “Let’s Keep Silent” (Hendrix em estado bruto), o peso mastodôntico de “Wheel Of Fortune Turning” e o hardão-fusion com diversos climas de “It Isn’t The First Time”.
Com a excelente estréia em vinil, a banda conseguiu um relativo sucesso. Agendada uma tour com o New York Dolls, quem roubou mesmo o espetáculo foi a guitarra de Rossi. Os convites ao guitarrista voltaram a aparecer: Three Dog Night e David Bowie, entre outros.
Preocupado novamente com a saúde do pai (que viria a falecer logo depois), recusou tudo, voltando novamente para o Canadá, onde encerrou o Charlee, se tornando músico de estúdio entre 1973-1976. É bom lembrar que o Charlee depois influenciou muitos outros trios baseados também na obra de Hendrix, como o Mahogany Rush de Frank Marino, a carreira solo de Robin Trower e outros.
Fonte da história: http://www.portalrockpress.com.br/modules.php?name=News&file=print&sid=3449
Informações do álbum
Tamanho: 51mb
Formato: rar/mp3
Bitrate: 192kbps
Faixas: 8
Host: 4shared
Faixas
01 - Wizzard
02 - Lord Knows I've Won
03 - Just You and Me
04 - A Way to Die
05 - Let's Keep Silent
06 - Wheel of Fortune Turning
07 - It Isn't The First Time
08 - Let's Keep Silent - Continue
Clique abaixo para fazer o download do álbum Charlee 1972
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